domingo, 4 de dezembro de 2011

A gente.

Sabe o que eu acho mais bonito na gente? A nossa cumplicidade.
A gente sempre tenta fazer dar certo, mesmo quando tudo parece dar errado.
A gente sempre se vê, mesmo quando essa vontade não é completa.
A gente sempre procura se entender, mesmo depois de inconscientemente não buscarmos isso.
A gente sempre quer fazer tudo juntos, mesmo que a privacidade as vezes reclame.
A gente sempre se procura depois de uma briga. Seja pessoalmente. Seja por rastreadores online de carro.
A gente sempre tenta se agradar, mesmo que isso as vezes não seja interpretado de uma forma positiva.
A gente sempre ri um do outro. Isso é um pouco loucura, mas é a gente!
A gente sempre busca a mão do outro. Em todos os momentos.
A gente sempre pega a comida um do outro. Sim, temos olho grande. E outras milhares de características iguais.
A gente sempre implica um com o outro. (É, não é tão fácil ser tão parecidos).
A gente sempre se elogia, mesmo sendo de formas diferentes.
A gente sempre se diverte com coisas ridículas, como jogos de futebol.
Ah! A gente também tem um jeito próprio de se encontrar em lugares cheios.
A gente sempre tropeça um no outro. E isso me rende vários machucados nos pés.
A gente sempre faz cara de triste e manda beijinho na hora de ir embora.
A gente sempre se sai bem em situações constrangedoras.
A gente sempre se une em jogos. Eu não aceito jogar se não for com ele.
A gente sempre procura animar um ao outro em relação aos problemas cotidianos.
A gente sempre se sente, mesmo quando isso não parece acontecer.
A gente sempre.
A gente.
Sempre.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Aquele paletó

Era sábado, horário de almoço. Ele estava todo arrumado. Nós chegamos, e como de costume, ele já foi deixando suas coisas em cima da mesa: celular, chaves, carteira. A carne assada começou a cheirar, enquanto ele comia biscoitinhos de goiaba. Não sabia esperar, era sempre guloso. Em tudo. Ficamos esperando a comida ficar pronta, assistindo televisão. Um programa super interessante, onde crianças tentavam mostrar seus talentos, que na verdade, eram ensinados pelos pais. Ou seria, adestrados? Enfim...
Almoçamos. E ele sempre fazendo gracinhas e caretas, e eu tentando ficar séria. Voltamos a ver o programa. Até que eu percebi que ele não estava mais com o paletó. Claro, estava muito quente, e dois ventiladores não eram o suficiente. Mas onde foi parar o paletó? Aquele. Aquele que o deixava lindo. Todo charmoso.
Recebi uma ligação. Era minha amiga, choramingando a internação da sua cadela. Nos chamou pra ir até lá visitá-la. Saindo da sala, dei de cara com a mesa onde almoçamos e dei de cara com o paletó pendurado na cadeira. Pensei, desesperada, que ele não podia se lembrar de pegá-lo. Por sorte ele nem percebeu e fomos fazer a visita na casa da minha amiga.
Meu coração batia forte só de pensar na hora de ir embora de lá e voltarmos pra minha casa, onde ele teria mais uma oportunidade de levar aquele paletó embora.
Voltamos. E eu fui me arrumar para sairmos. Pensei: agora ele vai levar, agora não tem mais jeito. Demorei muito. Pensei em várias formas de esconder, de sumir com o paletó. Porém ficava com medo dele sentir falta e eu ficar com cara de uma maníaca, ladra de paletós. Fomos saindo e eu quase fazendo uma barreira na frente pra que ele não pudesse ver. Até que ele perguntou de como iríamos sair naquele calor e ele vestindo o paletó. Respondi rápido que ele pegava depois, quando voltássemos. Quase que minha "desculpa" foi levada embora.
Saímos, e tirando a parte em que fomos assaltados no meio do nosso caminho, eu não conseguia tirar aquilo da minha cabeça.
Ele me levou pra casa e a minha sorte foi que não entramos. Ele não viu seu paletó de novo. Ele não se lembrou. Ele deixou comigo. Ele não levou a minha "desculpa". E foi embora. Cinco dias. Longe. E eu fiquei maravilhada.
Cinco dias podendo ter o paletó só pra mim. Cinco dias podendo ter a "desculpa" de ter o cheiro dele só pra mim.
Eu ficava irritada com ele longe. Toda quinta-feira tinha crise de briga. Toda, sério mesmo. E nessa semana, eu ia poder ter o cheiro dele. Aquele cheiro e aquele paletó.
Mas sabe o que mais eu desejava? O próximo sábado, em que o cheiro ia estar mais forte. E que eu ia senti-lo, do seu próprio corpo.